Operação Seridó

Histórico e Caracterização de Tenente Laurentino Cruz/RN

Em 1977, padre Sinval Laurentino, na época prefeito de Florânia, decidiu fundar uma nova povoação dentro dos limites de seu município começando um intenso trabalho de construção de casas de alvenaria no chamado Alto da Serra.
A iniciativa histórica do padre Sinval fez surgir um povoado que já nasceu forte, contando com o apoio da comunidade e o interesse do poder público que recebeu o nome de Tenente Laurentino Cruz, numa homenagem prestada ao pai do principal responsável pelo empreendimento.

Tenente Laurentino Cruz teve um desenvolvimento imediato e logo a comunidade experimentava sinais de prosperidade, com ênfase para a atividade agrícola. Em poucos anos o povoado viu crescer seu núcleo populacional e sua atividade econômica, com a presença cada vez maior de novos moradores atraídos pela infra-estrutura local e pela qualidade de suas terras.
No início da década de noventa, a povoação criada pelo idealismo empreendedor do padre Sinval Laurentino, já era um considerável conglomerado populacional e começava a viver dias de luta por sua emancipação política.
No dia 16 de julho de 1993, através da Lei nº 6.450, o povoado de Tenente Laurentino Cruz foi desmembrado de Florânia e elevado à categoria de município.

O município de Tenente Laurentino Cruz situa-se na mesorregião Central Potiguar e na microrregião Serra de Santana, limitando-se com os municípios de Santana dos Matos, Florânia, e São Vicente, abrangendo uma área de 65 km², inseridos na folha Currais Novos.
A sede do município tem uma altitude média de 730 m e coordenadas 06°08’52,8” de latitude sul e 36°43’08,4” de longitude oeste, distando da capital cerca de 220 km, sendo seu acesso, a partir de Natal, efetuado através da rodovia BR-226.
O município de Tenente Laurentino Cruz foi criado pela Lei n° 6.450, de 16/07/1993, desmembrado de Florânia. Segundo o censo de 2000, a população total residente é de 4.412 habitantes, dos quais 2.260 são do sexo masculino (51,20%) e 2.152 do sexo feminino (48,80%), sendo que 1.261 vivem na área urbana (28,60%) e 3.151 na área rural (71,40%). A população atual estimada é de 5.058 habitantes (IBGE/2005). A densidade demográfica é de 67,67 hab/km2.

A rede de saúde dispõe de 01 Centro de Saúde e 05 Postos de Saúde. Na área educacional, o município possui 03 escolas do ensino pré-escolar, 09 do ensino fundamental e 01 do ensino médio. Da população total, 73,60% são alfabetizados. O município possui 1.032 domicílios permanentes, sendo 311 na área urbana e 721 na área rural. Quanto ao abastecimento d’ água, 02 domicílios são abastecidos através da rede geral, 90 através de poço ou nascente e 940 por outras fontes. Nenhum domicílio se apresenta ligado à rede geral de esgotos.
As principais atividades econômicas são: agropecuária, extrativismo e comércio. Com relação à infra-estrutura, o município possui 01 Agência Bancária, 01 Agência dos Correios, 04 repetidoras de TV, 01 pousada, além de 14 empresas com CNPJ atuantes no comércio varejista (IDEMA, 2001).

No ranking de desenvolvimento, Tenente Laurentino Cruz está em 92º lugar no estado (92/167 municípios) e em 4.166º lugar no Brasil (4.166/5.561 municípios). Segundo dados do atlas de desenvolvimento humano no Brasil o IDH-M é de 0,628. 
 Quanto aos aspectos fisiográficos o clima é muito quente e semi-árido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono. O período chuvoso é entre fevereiro e maio com temperaturas médias anuais: máxima de 32,0 °C; média: 27,0 °C e mínima: 30,0 °C. A umidade Relativa Média Anual: 61%.

A formação vegetal é caracterizada pela caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco - com abundância de cactáceas e plantas de porte baixo e espalhadas. Entre outras espécies destacam-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, xique-xique e facheiro. Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação (PNCD), que define desertificação como a degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de fatores diversos tais como as variações climáticas e as atividades humanas, o município de Tenente Laurentino Cruz está inserido em área susceptível à desertificação em categoria Muito Grave.
A principal limitação ao uso agrícola diz respeito à falta d’água, pequena profundidade, susceptibilidade a erosão, certos riscos de salinidade e pedregosidade superficial, devendo ser intensificado o cultivo com culturas muito resistentes, a um longo período de estiagem e de culturas de ciclo bem curto na época chuvosa.

A atividade agrícola é regular para pastagem natural e apta para culturas especiais de ciclo longo (algodão arbóreo, sisal, caju e coco). Em pequenas áreas a Norte e a Nordeste se destaca para a preservação da flora e da fauna. As práticas agrícolas podem estar condicionadas tanto ao trabalho braçal e a tração animal, com implementos agrícolas simples, como a motomecanização.


O Município de Tenente Laurentino Cruz, geologicamente inserido na Província Borborema, está constituído por litótipos dos complexos São Vicente e Caicó e por sedimentos da Formação Serra dos Martins O município de Tenente Laurentino Cruz encontra-se totalmente inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu, sendo banhado pela sub-bacia do Rio Capim-Açu. Seus principais tributários são os riachos: Furna da Onça, Patacoroá e Muniz. Não há açudes com capacidade de armazenamento acima de 100.000m3. Todos os cursos d’ água do município são intermitentes e o padrão de drenagem é o dendrítico.
O município de Tenente Laurentino Cruz está inserido no Domínio Hidrogeológicos Intersticial e no Domínio Hidrogeológico Fissural. O Domínio Intersticial é constituído de rochas sedimentares da Formação Serra dos Martins. O Domínio Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que engloba o sub-domínio rochas metamórficas constituído do Complexo Caicó e do Complexo São Vicente.
O levantamento realizado no município registrou a existência de 40 pontos d’ água, sendo 04 poços escavados e 36 poços tubulares. Em relação ao uso da água, 24% dos pontos cadastrados são destinados ao consumo doméstico primário (água de consumo humano para beber), 34% são utilizados para o consumo doméstico secundário (água de consumo humano para uso geral), 11% para uso na agricultura e 31% para dessedentação animal.



Elaboração: Professora Aline Martinelli Piccinini e Jussara Mendes Lipinski